Vereador torna-se novo caso de dengue em Toledo

por Paulo Torres publicado 23/04/2020 11h55, última modificação 24/04/2020 14h21
O vice-presidente da Câmara de Toledo, Gabriel Baierle, tornou-se um dos mais de 3 mil casos de dengue no município. O vereador sentiu-se mal e procurou o hospital, onde teve o diagnóstico e em seguida a confirmação com exame e não conseguiu participar da sessão ordinária da Câmara de Toledo desta semana, realizada excepcionalmente na quarta-feira, dia 22 de abril. Ele já sente-se melhor, mas tem coceira intensa nas pernas e acredita que pegou a doença em casa, defendendo o agir em comunidade para que o mosquito não venha da vizinhança.
Vereador torna-se novo caso de dengue em Toledo

O vereador Gabriel (2° da esq. para a direita) na mesa de condução dos trabalhos na sessão do dia 13

O vice-presidente da Câmara de Toledo, Gabriel Baierle, tornou-se um dos mais de 3 mil casos de dengue no município. O vereador sentiu-se mal e procurou o hospital, onde teve o diagnóstico e em seguida a confirmação com exame e não conseguiu participar da sessão ordinária da Câmara de Toledo desta semana, realizada excepcionalmente na quarta-feira, dia 22 de abril.

Mais jovem vereador da atual legislatura e segundo mais jovem da história da Câmara de Toledo, Gabriel Baierle soma-se a mais de 3 mil toledanos que já contraíram a doença disseminada pelo mosquito Aedes aegypti. Na última quinta-feira, dia 16, o vereador sentiu-se mal, com febre alta, e procurou o hospital HCO. Foi colocado no soro a manhã inteira e submetido a exames e em uma hora teve a confirmação: dengue.

Nesta quinta, dia 23, ele relatou como é estar com a doença. “É o sétimo dia e todo dia tem um sintoma diferente”, afirmou, enumerando que agora está com a perna meio inchada e muita coceira. Ele porém já sente-se melhor e pretende participar de sessão extraordinária nesta quinta-feira, às 16h. Ela foi marcada justamente para votar um projeto de lei criando 35 novos cargos na área de saúde para fazer frente à epidemia de dengue em Toledo e à pandemia da Covid-19.

A pandemia por sinal é seu temor, já que o paciente de dengue passa a integrar o grupo de risco da Covid-19 pelos seus efeitos na imunidade do organismo. “Este é o problema, este é o medo”, afirma Gabriel Baierle.

Agir em comunidade

O vereador não sabe como contraiu a dengue, mas relata que tem limitado seus deslocamentos à Câmara de Toledo para sessões e reuniões das Comissões Permanentes e sua casa. Embora uma vez tenha visto mosquito na Câmara tempos atrás, acredita que contraiu mesmo a doença em seu bairro, o Jardim La Salle. Sobre a origem da doença ele diz que a recomendação é a que se recebe a vida inteira, limpar o lote e cuidar do quintal, mas às vezes o teu está limpo mas outro não. Em função disso ele defende que é preciso agir em comunidade no enfrentamento da epidemia em Toledo para que cada um faça a sua parte.

Epidemia

O boletim da Secretaria de Estado da Saúde divulgado na quarta-feira (22) sobre a dengue confirma 128.405 casos no Paraná. Mais seis mortes foram registradas em relação à semana anterior, sendo um de uma mulher de 87 anos de Marechal Cândido Rondon, com hipertensão e insuficiência cardíaca. O município de Toledo vive a maior epidemia de dengue dos últimos dez anos. Se no ano epidemiológico que vai de agosto de 2018 a agosto de 2019 foram contabilizados apenas 89 casos de dengue, desta vez o número de casos confirmados passa dos 3 mil. Toledo entrou em epidemia em março, quando teve 487 casos confirmados no dia 6, uma sexta-feira, atingindo índice para decretar a situação. A referência para essa classificação é existir pelo menos 300 casos contraídos no município (autóctones) para cada 100 mil habitantes. O IBGE em 2018 estimava uma população de 138.572 habitantes em Toledo. Em 12 de março o Decreto nº 746/2020 estabeleceu situação de emergência. No último dia 16 de abril a Secretaria Municipal de Saúde de Toledo relatou a situação epidemiológica do município em relação à dengue com 3.425 casos notificados até a data. Destes, 3.114 foram confirmados como contraídos dentro do município e outros 60 são importados (contraídos fora). Também foram registradas três mortes. Além disso, 230 casos já foram descartados e 21 são suspeitos e ainda aguardam resultado de exames. 

Desde o início do monitoramento, em julho de 2019, são 111 mortes causadas pela dengue no Paraná. O Estado tem 203 de seus 399 municípios em epidemia de dengue. Também há cinco casos de chikungunya neste período no Paraná, todos importados, adquiridos em outros estados.

A zika, outra doença transmitida pelo mesmo mosquito, mantém quatro casos confirmados no Estado. Três são autóctones e um caso é importado.