CMA ouve secretário sobre Consórcio de Resíduos e ações ambientais

A CMA-Comissão do Meio Ambiente da Câmara de Toledo ouviu nesta quinta-feira, dia 6 de junho, o secretário do Meio Ambiente, Neudi Mosconi, o qual expôs aos vereadores sobre as ações e os projetos da área. A CMA é integrada pelos vereadores Edmundo Fernandes, presidente; Leandro Moura, vice-presidente; Janice Salvador, secretária; e os membros Pedro Varela e Corazza Neto. Na exposição feita na Sala de Reuniões da Câmara  participou o vereador e ex-secretário de Meio Ambiente Leoclides Bisognin. Na reunião foi exposta a situação do projeto do Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos do Oeste, que teve assinado seu protocolo de intenções no último dia 24 de maio e deve reunir 35 municípios da região de Toledo, onde deve ser implantada usina de lixo. Bisognin lembrou que quando secretário da pasta pensou-se em implantar uma usina via consórcio intermunicipal em Vila Nova mas a usina custaria R$ 10 milhões e os filtros outros R$ 10 milhões, tornando o projeto caro, mas Mosconi disse que neste processo atual não serão necessários filtros pois não haverá queima.

Segundo disse o secretário Mosconi aos vereadores da Comissão do Meio Ambiente da Câmara, a proposta de consórcio vinha sendo discutida desde 2009 e incluiria a Sanepar, mas aí seria necessário entregar a gestão à empresa estadual devido às leis estaduais a respeito. O secretário disse que na próxima segunda-feira deve tratar do tema com o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e Turismo Márcio Nunes. Disse porém que o Plano Estadual de Meio Ambiente prevê ações regionalizadas ou ações consorciadas e isto deve favorecer o projeto na obtenção de recursos. Segundo Mosconi, o governo federal tem R$ 700 milhões para ações consorciadas. Ainda sobre o Consórcio Intermunicipal de Resíduos o secretário disse aos vereadores que o tratamento de resíduos precisa de quantidade e o único município que tem condições de sediar o projeto é Toledo. Neste sentido Mosconi disse que vai à Alemanha no final de julho, início de agosto para ver os equipamentos de tratamento de resíduos e ela se comprometeu de transferir tecnologia para a fabricação de equipamentos na região, segundo entendimento com o secretário de Estado no Ministério dos Assuntos Econômicos do Estado de Mecklenbug Pomerânia Ocidental, na Alemanha, Stefan Rudolph.

O secretário disse aos vereadores na Câmara  que a ideia é que Toledo trabalhe com o conceito de rejeito zero e para isto o lixo diário será reaproveitado de acordo com suas características. Assim o material ferroso será separado por magnetismo, o material orgânico será usado em biodigestores para gerar biometano que abastecerá os caminhões coletores e pode ser usado na frota municipal e o restante segue para compostagem, gerando briquetes para serem queimados, além de madeira biossintética, composta de 50% de plástico e restante de restos de móveis, espuma de colchões, restos de comida e outros. Segundo o secretário isto é o arroz com feijão em muitos países da Europa na destinação de resíduos urbanos e aqui todos querem fazer mas sempre desejam que alguém faça primeiro para ver e Toledo vai ser o primeiro a fazer.

Quanto à usina de resíduos a vereadora Janice Salvador questionou o tempo de implantação e o secretário Mosconi disse que o modelo foge do processo tradicional, devendo ser dispensada licitação e agora está se buscando o modelo jurídico. Na Alemanha ele deve assinar termo de cooperação e importar equipamentos ainda neste ano e sua expectativa é de que em 2021 esteja operando para atender Toledo e os demais municípios. Neudi Mosconi disse que Toledo tem 49 hectares para tudo isso e em 30 mil m² já foi comprada a geomembrana e a área tem condições de receber o lixo do município e da região por 4 anos e isto deve gerar receita para Toledo com a cobrança de valor para o recebimento. Segundo ele Toledo teria que buscar R$ 35 milhões para resolver a expansão do Aterro Sanitário nos próximos 27 anos e com o Consórcio Intermunicipal este dinheiro não sai do caixa toledano e pode gerar receita. Na região está sendo cobrado R$ 298,00 por tonelada para recebimento de lixo e para Toledo está propondo cobrar R$ 100 por tonelada, segundo Mosconi, que disse não ter medo nenhum de implantar o modelo. Segundo o secretário, a preocupação é fazer um projeto tecnicamente perfeito para que agentes políticos não interfiram no processo.

O secretário também falou das melhorias na coleta seletiva e disse que pretende adotar sistema de multa para quem não separar o lixo reciclável. Neudi Mosconi também informou aos vereadores que a Secretaria de Meio Ambiente recebeu 4 caminhões para coleta seletiva e de 3 caminhões basculantes chegou recurso na terça-feira, dia 5, e foram pagos. O secretário disse que há 7 pontos na cidade com caçambas para recolhimento de resíduos volumosos e antes em cada frente de prédio de quitinetes toda semana havia um armário, um colchonete jogado e agora não há mais.

Ecopontos e Parque Ecológico

O secretário relatou aos vereadores que estão sendo implantados 2 Ecopontos e com o retorno ao Município das áreas  onde funcionavam as ETEs-Estações de Tratamento de Esgoto  da Sanepar, para a Secretaria de Meio Ambiente, ali  serão instalados ecopontos, além de anunciar a revisão de planos ambientais, entre eles o  Plano de Coleta Seletiva e Resíduos Sólidos. O secretário também disse aos vereadores da CMA da Câmara que haverá implantação de paisagismo nos corredores formados pelas ruas e avenidas Parigot de Souza, São João e Cirne Lima, com flores produzidas no Viveiro Municipal reativado e de parceria com produtora da comunidade de Dois Irmãos. Anunciou também que ainda este mês inicia a implantação do Vale dos Ipês atrás da Associação do Tancredo Neves, com a retirada de todas as leucenas das margens do Arroio Toledo e plantio de ipês e azaleias e implantação de ciclovias nas duas laterais numa extensão de 1,4 quilômetro. Será um corredor de 2,8 quilômetros, disse ele, informando ainda que tão logo pronto o projeto para o lago no Rio São Francisco, dentro do projeto para usina  aprovado na Câmara,  será apresentado à comunidade e ainda este ano será feita limpeza com secagem do lago do Parque Ecológico, visando “tirar aquele lodo para voltar a ter água limpa”.

 Confira em vídeo a íntegra da reunião da Comissão do Meio Ambiente