Câmara de Toledo aprova Programa de Prevenção ao Suicídio

por Paulo Torres publicado 26/02/2019 10h40, última modificação 08/03/2019 14h32
A Câmara de Toledo aprovou em turno final na segunda-feira, dia 25, o Projeto de Lei nº 141, que “institui o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio”. A proposição aponta que o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio terá como objetivo “ampliar a conscientização sobre o tema, capacitar cidadãos a identificar sintomas presentes entre jovens e adolescentes e garantir o direito ao acompanhamento e à prevenção de quadros de sofrimento ou transtorno psíquicos que possam conduzir ao suicídio”.
Câmara de Toledo aprova Programa de Prevenção ao Suicídio

Proposição foi aprovada por unanimidade em turno final na sessão de segunda-feira

 

 

 

A Câmara de Toledo aprovou em turno final na sessão de segunda-feira, dia 25 de fevereiro, o Projeto de Lei nº 141, que “institui o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio”. A proposição de autoria do vereador Ademar Dorfschmidt aponta em sua justificativa que os coeficientes de mortalidade são três a quatro vezes maiores entre pessoas do sexo masculino e atualmente encontram-se em níveis de 4 a 5 óbitos para cada 100 mil habitantes. O Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio terá como objetivo “ampliar a conscientização sobre o tema, capacitar cidadãos a identificar sintomas presentes entre jovens e adolescentes e garantir o direito ao acompanhamento e à prevenção de quadros de sofrimento ou transtorno psíquicos que possam conduzir ao suicídio”.

A proposição aponta que os maiores coeficientes de suicídio estão nos estados do Sul do Brasil e aumentaram recentemente na região Centro-Oeste. O problema é apontado como “uma situação complexa, com múltiplos fatores associados, que mudam de acordo com a cultura, o momento histórico e o grupo social, sendo considerado um tema tabu em muitas sociedades”. O PL 141 aponta porém que programas e intervenções com o objetivo de prevenir o suicídio vêm sendo propostos nos últimos anos e essas ações incluem a melhoria da qualidade de vida dos grupos mais atingidos e a eliminação do estigma em torno do tema.

O desafio da prevenção consiste em identificar pessoas em situação de vulnerabilidade, entender as circunstâncias que influenciam seu comportamento suicida e estruturar intervenções eficazes”, aponta a proposição, apresentada na Câmara de Toledo em 29 de agosto.

O Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio deverá ser desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde e terá como espaço prioritário de atuação as escolas, os cursos técnicos e as universidades, além dos serviços de acolhimento institucional, podendo ser estendido para outros locais de estudo e trabalho”, aponta a proposta. Pelo texto o Poder Executivo poderá firmar parcerias de forma não onerosa com órgãos públicos, universidades, entidades de classes e de interesse público, organizações não governamentais, entre outras instituições públicas ou privadas para a finalidade proposta. O Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio contará com capacitação da população a identificar sinais de pessoas em risco de suicídio; palestras, debates, campanhas e outros eventos com especialistas sobre temas ligados às áreas de valorização da vida e de combate ao suicídio; divulgação “em meios de comunicação”, da importância da prevenção ao suicídio como problema crescente de saúde pública; estímulo à  criação e divulgação de políticas públicas que auxiliem a população na busca por atendimento psicológico e psiquiátrico na rede pública de saúde e ainda monitoramento de grupos em situação de vulnerabilidade para o desenvolvimento de ações interdisciplinares de promoção da saúde mental. O PL 141 prevê ainda que o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio deverá ser estruturado de forma contínua ao longo do calendário anual.

 

 

 

 

Proposta teve parecer contrário mas acabou aprovada por unanimidade

 

 

 

Em sua tramitação o Projeto de Lei n° 141 foi encaminhado à CLR-Comissão de Legislação e Redação, onde o relator Marcos Zanetti solicitou parecer jurídico que foi contrário. Com base nele o relator acabou apresentando parecer pela rejeição da proposição. A justificativa foi de que a Secretaria de Saúde não esclareceu se o município conta com capacidade técnica profissional para atendimento da demanda que seria criada e a proposição “afeta a liberdade do administrador público”. O parecer contrário do relator foi emitido após convite à Secretaria de Saúde para manifestar-se não ter sido atendido e foi aprovado por unanimidade pelos vereadores Vagner Delabio, Walmor Lodi, Gabriel Baierle e Marli do Esporte em 27 de novembro. O parecer porém acabou derrubado por unanimidade em plenário na sessão de 3 de dezembro, enquanto na CSS-Comissão de Saúde, Seguridade Social e Cidadania a relatora Marli Zanete convocou a secretária de Saúde Denise Liell. Após um adiamento ela compareceu no dia 18 de dezembro e os apontamentos e esclarecimentos da secretária “foram de extrema relevância para que esta relatora pudesse proferir parecer favorável”, apontou a vereadora, O relatório de Marly Zanete foi aprovado por unanimidade na CSS pelos vereadores Valtencir Careca, Olinda Fiorentin, Airton Savello e Marcos Zanetti no último dia 12 de fevereiro. Levado a plenário, o PL 141 foi aprovado em votações em 18 e 25 de fevereiro, em ambas com unanimidade de votos.